quinta-feira, 7 de julho de 2011

Ardente glória da infame ignorância
“Dou ao diabo o bem-estar que trazia”
Um estrondo seco me alarma
Invado a sala que estava fechada
Pé na porta! Pá! Ela vai ao chão
Em estilhaços encontro o espelho da alma
“És vegetal amiga, amiga...”
Miríades de sombras manifestam-se em escala de p&B
Alva, a pele resplandece a lua
Resvalado encontro o corpo sobre o sofá
A imagem desfalecida, imaculada me entorpece
Um anjo decaído
Uma sílfide dormente
As madeixas, longas e revoltas
Quebrando em ondas de ressaca
Um maremoto que se estende sobre o veludo
Em meu intimo: efervescência
Diante de mim a desesperadora constatação
Perdido na cerração da dúvida
Não decifro o estado
Venço o torpor que me paralisa
Me aproximo
O círculo hipnótico do perfume me faz fraquejar as pernas
Eu caio sobre meus joelhos
De perto pude perceber o que a distancia me furtava
O peito arfante
Me detenho nas formas oscilantes
Elevações precisas
Apontavam para minha sensatez já afetada
Relutante, recobrei a consciência
Percebi então os laços oníricos que me enredavam
Me afastei, ignorei
Ardente é a glória da infame ignorância

Fábyo Ribeiro Bayma
07/07/2011 18:38

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