quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Cinema

Apesar de conhecer algumas pessoas que não demonstram nenhuma atração pelo cinema, creio que não haja um ser humano imune às poderosas cargas de emoções e sensibilidade que emanam de um filme bem dirigido, produzido e etc.
O que normalmente ficaria “relegado” à coluna “Paixões Relâmpago” evoluiu para um post singularmente instalado em meu coração. Quiçá, se afastando do patamar de “mera paixão”, o cinema tem se mostrado muito mais que filme muito mais que estandarte cult, algo além da simples produção de entretenimento, aquém a todos os lançamentos, algo que assim como na música clássica, na literatura e nas artes em geral, encontrei a explosiva e maravilhosa forma de expressão que retrata de maneira audiovisual, o olhar, a emoção e de maneira única, a ação, levando-nos, portanto, às diferentes visões, às diferentes maneiras de enxergar o mundo e as naturezas que o compõem.
Há aproximadamente dois anos busco me aproximar da linguagem cinematográfica o quanto posso além de me entorpecer de informações de tantas fontes quanto encontro. Tenho procurado exercitar meu olhar o submetendo às mais diversas formas de produções. Longas, médias e curtas, documentários, histórias de vida, ficções, romances, guerras, sátiras, comédias, tragédias, clássicos, enlatados ou nem tanto, lançamentos ou não, sempre buscando mais, tentando ampliar a forma de entender, interpretar e reconhecer as obras não apenas pelo que mostram em sua fotografia, mas por suas intenções em áudio e possíveis – e bastante recorrentes - referências literárias.
O que motivou o post, além da intenção de alimentar o blog de informações úteis, é claro, foi também o intuito de compartilhar a felicidade de ter achado algo que é não só maravilhoso por me entreter de maneira tão positiva por tratar-se de mais uma linguagem artística além da literária, teatral e musical, mas, também por ser fonte inesgotável de conhecimento e admiráveis obras primas.
Imagino que – mesmo dentre aquelas pessoas que citei no início do post – não haja quem não tenha seus filmes preferidos, ainda que estes não sejam de Godard ou Makhamalbaf, guardamos conosco uma inesquecível lista de filmes que podem ser significativos não apenas pela obra em si, porém, pelo contexto em que fora assistida, seja pela companhia ou pelo dia propriamente dito. Particularmente poderia citar incontáveis casos de que lembro não só do filme, mas do dia em que o assisti. Um exemplo bem claro de quão forte podem ser as recordações ocorreu em uma noite de sábado há uns seis ou sete anos atrás, não lembro ao certo: trabalhava em um provedor de internet e estava encarando mais um plantão rotineiro. O telefone não tocava e resolvi me distrair entre um download e outro indo para frente da TV procurar algo para assistir, pulando entre os canais, me deparei com um filme que estava começando e fui tomado por um daqueles arrepios que não sabemos explicar. Era um filme que havia assistido na infância (Viagem ao mundo dos sonhos/ “Explorers”, de 1985). Uma lembrança forte me arrebatou, lembrei dos tempos idos, de quando íamos à locadora (Cine Vídeo ou outra qualquer) pegar fita (para os novinhos: antes assistíamos filmes em um equipamento chamado vídeo cassete onde introduzíamos enormes fitas VHS), me veio à mente até mesmo o cheiro que vinha de dentro das fitas e do perdido ato de ir à locadora com minha mãe, irmão ou amigo.
Cinema, portanto, está dentro de cada um de nós. Não há leitura básica, conhecimento prévio ou regra. Assim como toda e qualquer obra de arte existe para nos comover, nos fazer refletir, causar admiração, raiva, paixão ou simplesmente lembrar de nossa condição de passageiro de uma viagem sem volta.

Fábyo R. Bayma
19/02/2009 10:11

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