domingo, 5 de fevereiro de 2012

antídoto e veneno

Pra ser sincero não espero que você me perdoe
Por ter perdido a calma
Por ter vendido a alma ao diabo

De todos os defeitos que temos, aquele que temos de forma absolutamente idêntica é o de termos inúmeros defeitos. Portanto, como julgar de forma tão irreversível? como julgar? Temos pouco tempo e isso limita o nosso tempo de desperdiçar o tempo. O que é imperdoável? Se agora pudesse dizer "eu te perdôo" diria. E quanto ao meu perdão, eu receberia?

Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
(Já que você não me quer mais)

Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove, com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver.

Quando você deixou de me amar
Aprendi a perdoar
E a pedir perdão.
(E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez)

Fábyo Flores
05/02/2012 12:34

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Para minha Roberta

Pingos n'água são como vulcões
A felicidade reverberando em círculos perfeitos
Explodindo, erupcionando toda cor, todo gozo
Fechados em sua pletinitude finita e exata
Pingos de lágrima que retidos na íris da vida
Tornam vermelhos os olhos do amor
Que deságua em prantos de alegria
Diante de tudo que é vivo, pleno e finito

Fábyo Flores
04/02/2012 13:09

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O quadragésimo quarto recuo da cadeira

Como compreender as trajetórias de universos tão diversos que se repelem e se atraem de forma atemporal o tempo todo? (hã?) Como dizer que simplesmente vivo, respiro e sobrevivo se não compreendo o porquê disso acontecer? Preciso compreender? A lógica indescritivelmente perfeita da natureza não faz cessar as dúvidas que surgem no peito de quem vive.
Reconhecer o(s) começo(s) e tentar compreender o(s) meio (s), já é algo muito complexo. Ter de admitir e irremediavelmente aceitar o fim é, agora pelo menos, assustador.

Para onde vai o sol que todos os dias nasce?
Ele vai para além de nossos olhos.
E como reaparece no dia seguinte?
Ele simplesmente reaparece porque assim tem que ser.

[...] Mas no teu pequeno planeta, bastava apenas recuar um pouco a cadeira. E contemplava o crepúsculo todas as vezes que desejava. . . Um dia eu vi o sol se pôr quarenta e três vezes!
E um pouco mais tarde acrescentou:
Quando a gente está triste demais, gosta do pôr-do-sol ...
- Estavas tão triste assim no dia dos quarenta e três? Mas o principezinho não respondeu. [...]

Fábyo R. Bayma
02/02/2012 17:09